sexta-feira, 6 de março de 2009

GESTÃO POR COMPETÊNCIAS: MÉTODOS E TÉCNICAS PARA MAPEAMENTO DAS COMPETÊNCIAS


Esta resenha tem por objetivo fazer uma apreciação do artigo Gestão por Competências de Brandão e Barbry (2005), o qual pretende apresentar os métodos, técnicas e instrumentos que podem ser utilizados para mapeamento de competências em organizações públicas e privadas.

É sabido que o mundo tem presenciado uma série de transformações em todos os níveis. No nível organizacional as mudanças são bastante evidentes tanto nas organizações públicas quanto nas privadas. As organizações vem se adaptando às novas tecnologias e incorporando diretrizes bem diversificadas. O mercado impõe a competitividade inerente ao mundo globalizado e assim a necessidade de sobrevivência é crescente.

Diante deste contexto, busca-se um modelo de gestão mais amplo e que, portanto, extrapole os limites da área técnica. Faz-se então necessário investir no desenvolvimento profissional dos colaboradores, uma vez que, trabalhar com o aspecto comportamental do indivíduo tem se constituído em um importante pré-requisito para a obtenção de destaque no mercado e também de aquisição de um diferencial. Surge neste cenário um modelo de gestão baseado nas competências.

Os autores tomam como ponto de partida a noção de competência, a qual é entendida como a combinação sinérgica de conhecimentos, habilidades e atitudes expressas pelo desempenho profissional no contexto organizacional.

Posteriormente, discutem a questão da gestão por competências propriamente dita, explicitando que esta se trata da orientação de esforços para planejar, desenvolver ações e avaliar as competências necessárias à consecução dos objetivos. A partir deste conceito fica evidente que o foco da gestão por competências é incitar nos colaboradores o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes essenciais ao bom desempenho e crescimento da organização.

Outro aspecto importante abordado no artigo é o “passo-a-passo”, realizado de forma sucinta, sobre a implantação deste modelo de gestão. Brandão e Barbry afirmam que a primeira etapa é a formulação da estratégia organizacional, incluindo a elaboração da missão, da visão de futuro, bem como a formulação dos objetivos estratégicos, indicadores de desempenho e elaboração das metas. Nota-se aqui, a importância do planejamento estratégico, o qual deve ser realizado de forma participativa.

A segunda etapa é o mapeamento das competências que, segundo os autores, é apreendida como a etapa fundamental, e que consiste na identificação das competências já existentes e também daqueles necessárias à consecução dos objetivos almejados pela organização, visando identificas as lacunas existentes entre estas. Para tanto, as organizações se utilizam de técnicas de captação destas competências, que vão desde a pesquisa documental até a coleta de dados realizada através dos mais variados instrumentos metodológicos, como por exemplo a entrevista, os questionários entre outros.

Após a etapa do mapeamento, parte-se para a fase do desenvolvimento, onde as competências captadas e mapeadas serão aprimoradas através do processo de aprendizagem e do investimento em pesquisa.

Na etapa de acompanhamento e avaliação realiza-se o monitoramento e a execução dos planos operacionais e de gestão utilizando-se de indicadores de desempenhos para corrigir os prováveis desvios. Esta etapa deve ser processual e, portanto, contínua.

Por fim, a etapa da retribuição consiste no reconhecimento do trabalho feito aos colaboradores através de premiações, com o intuito de incentivar a participação na consecução dos objetivos organizacionais e reconhecê-la como sendo de grande valia e importância.

Diante do exposto, é notória a importância do modelo de gestão por competências no contexto atual, uma vez que, as organizações têm buscado cada vez mais, aumentar os seus níveis de competitividade e de produtividade. Contudo, alguns pontos devem ser levados em consideração em relação à implantação da gestão por competências no setor público e privado.

É evidente que no setor privado os pressupostos do modelo de gestão por competências já estão incorporados, visto que, as empresas devido ao interesse por modelos de gestão inovadores já têm uma prática gerencial. No que se refere ao setor público é um modelo que vem sendo adaptado aos poucos, com o intuito de se atingir uma gestão mais flexível e comprometida com a melhoria da qualidade dos serviços públicos oferecidos.

Em suma, a gestão por competências tanto no setor público quanto no privado está comprometida com a orientação profissional com vistas não só ao aspecto produtividade, como também ao aprimoramento profissional, incentivo a aprendizagem e autodesenvolvimento e desenvolvimento de plano de carreiras. Constitui-se, pois, em um grande desafio ao mundo organizacional.


Referência bibliografia:

BRANDÃO, Hugo Pena, BARBRY, Carla Patrícia. Gestão por Competências: métodos e técnicas para mapeamento de competências. Revista do Serviço Público, 2005.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

A Sociedade Contemporânea e o Marketing Político

A sociedade contemporânea se configura a partir do processo de transformações em todos os níveis: social, econômico, cultural e político dentre outros. Tais transformações são reflexos do processo de evolução da sociedade oriunda das revoluções científica, industrial e tecnológica.

Hoje vivemos no mundo das mídias, das tecnologias da informação e da comunicação. A sociedade está em rede e na cultura da virtualidade.

A revolução tecnológica propiciou grandes mudanças nos domínios da vida social e, sobretudo política, visto que as tecnologias da informação também influenciaram no campo político. Isto porque os sistemas políticos também precisam se apropriar de meios mais eficazes e modernos para difundir seus ideais e pensamentos, gerar competições e, de certa forma, tentar influenciar as massas. Contudo, entender essa evolução no campo da política, requer em primeira instância que se faça algumas considerações sobre os primórdios do marketing político.

Pode-se dizer que o marketing político não é uma criação do mundo contemporâneo. Ele existe desde a Antiguidade e se apresentava de forma mais simples. A configuração atual foi que se estruturou a partir do século XX.

Segundo Drummond (1996) “o que difere o marketing político de ontem do de hoje são as condições sócio-econômicas, políticas e culturais usadas e os meios adotados, agora representados pela complexa sociedade contemporânea industrial e pelas modernas técnicas de informação e comunicação”.

Na Antiguidade os recursos não eram tão avançados. As estratégias de marketing adotadas para difundir os princípios políticos e as doutrinas religiosas eram as propagandas políticas, as quais propiciavam contatos sólidos com a massa.

Destarte, fica evidente que a história do marketing político está associada ao desenvolvimento das propagandas, as quais procuram criar, transformar e impor sentimentos, opiniões e condutas. Todavia, graças à evolução dos meios e campos de ação e, principalmente devido às transformações societárias, o marketing político evoluiu, atingindo uma maior abrangência e complexidade.

Mas afinal, o que é marketing político?

Segundo Figueiredo (1994) “marketing político é um conjunto de técnicas e procedimentos que tem como objetivos adequar um (a) candidato (a) do seu eleitorado potencial...” .

Com esta conceituação fica evidente que marketing político não se limita a simples propaganda. Vai muito além do que isso é estratégia pensada e planejada antecipadamente e que requer uma série de instrumentos e/ou critérios, dentre os quais: análise geral do cenário social, sobretudo o político, análise da vida dos adversários e perfil, bem como os anseios do eleitorado, realização de pesquisas não só quantitativas mas também qualitativas (pesquisas de opinião) e por fim, comunicação.

Assim fica claro que o marketing político tornou-se ferramenta indispensável no campo da política como um todo.

Atualmente torna-se quase impossível pensar em processo eleitoral sem um bom marketing político por trás.

O marketing político nos dias atuais se configura como uma atividade profissional que requer multidisciplinariedade. Nesse sentido, as equipes que assessoram os candidatos, são formadas por uma gama de profissionais das mais diversas áreas com o objetivo de planejar adequadamente todas as estratégias a serem postas em prática numa campanha eleitoral.

As campanhas eleitorais deixaram de ser baseadas nas simples intuições e palpites aleatórios e se transformaram em um amplo espaço de discussões, planejamento e pesquisas com fins táticos. A distribuição de “santinhos” e as exibições de nomes e partidos de candidatos pichados nos muros das casas não são mais suficientes

Uma campanha vitoriosa requer a estruturação de todo um aparato físico e humano. Faz-se necessária não só a existência de planos estratégicos, mas também, a estruturação de mão-de-obra especializada em propaganda, bem como, a criação de um processo de avaliação da campanha.

Vale ressaltar que não apenas o marketing político é fundamental mas, todo e qualquer tipo de marketing, pois este permeia as nossas vidas seja no âmbito político, cultural ou comercial como ilustrado no artigo “a fábrica do desejo” do autor Franck Mazoyer, publicado no jornal Le Monde Diplomatique Brasil, o qual retrata o marketing no mundo do mercado.

Por outro lado, não podemos perder de vista um ponto crucial: a estratégia de marketing deve ser bem elaborada discutida e refletida com o intuito de analisar se o alvo desejado terá a possibilidade de ser atingido da forma adequada. Em muitos casos o marketing político pode ser interpretado às avessas ou expressado de forma negativa, o que tende a derrubar um candidato, ou transmitir uma imagem desfavorável, que a depender da mudança de estratégia implementada poderá ou não reverter e/ou maquiar a imagem previamente criada.

No documento “Fahrenheit 11 de Setembro” (Michael Moore) nota-se o uso de um marketing político negativo. A princípio as redes de televisão projetaram George Bush como candidato eleito à presidência dos EUA, em detrimento do favoritismo do também candidato Al Gore.

Diante de manipulação e de fraudes Bush foi eleito a contra-gosta da população. Sua imagem política ficou em baixa e sua popularidade na estaca zero.

Após os atentados de 11 de setembro de 2001, Bush se aproveitou do clima de tensão na sociedade americana e criou um clima de medo constante, ao divulgar a possibilidade de novos ataques terroristas ao país. Com o discurso de que iria proteger “o seu país” passou a receber apoio popular.

O fato ocorrido ilustra perfeitamente uma das grandes estratégias do marketing político: a manipulação. Em muitos casos, se distorce a imagem do real ou até mesmo a postura de um candidato ou representante político, em função de que o objetivo deste seja alcançado.

Comunicação: um instrumento essencial para a efetivação do marketing político

Comunicação é tudo. É a peça fundamental para a difusão do marketing político nas campanhas eleitorais.

Na sociedade contemporânea onde há o predomínio da cibernética e da robótica, em suma das tecnologias da informação e da comunicação, o marketing político tem se apresentado com uma nova roupagem: mais moderna, eficiente e bastante diversificada.

O marketing político na sociedade contemporânea se apresenta de forma digital.

Nas campanhas políticas alguns candidatos têm se apropriado do uso do “blog” como uma ferramenta para a difusão de suas idéias e propostas de governo, bem como, para a promoção de uma interatividade expressa pela configuração de espaços de debates virtuais.

Além disso, vem sendo utilizado outros instrumentos tecnológicos como celulares e wallpaper mobile para a divulgação da imagem do candidato na sua campanha política. Sites de relacionamento, como por exemplo, o orkut também vem sendo utilizados com esta finalidade.

A internet vem se constituindo em uma excelente ferramenta da comunicação para os candidatos e seus marketeiros. Todavia, vale lembrar que a internet não é uma mídia de massa. Muitas vezes, as pessoas estão conectadas “navegando” por coisas inúteis. A televisão ainda é o principal veículo de comunicação, dominação e manipulação coletiva. É a mídia das massas.

Contudo, diante das transformações ocorridas em todo o meio social, principalmente no que se refere aos avanços tecnológicos, a tendência é a de que o marketing político digital atinja, aos poucos, outras camadas da população.
Considerações finais:

O marketing político, portanto, surge como um instrumento capaz de evidenciar o candidato de forma planejada, utilizando técnicas, estudo e os diversos meios de comunicação.

Nesse contexto, a atuação do gestor público é algo fundamental para o desenvolvimento do marketing político, uma vez que, o exercício de sua profissão implica diretamente na visão político da sociedade.

Referências bibliográficas:

CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede: A era da informação, a sociedade e a cultura. 4ª. Ed. Trad. Klauss Brandini Gerhardt e Roneide Venâncio Majer. São Paulo: Paz e Terra, 2000.(V. 01).

DRUMMOND, Kátia Mattos. Marketing eleitoral. Planejamento e ação. Salvador: Ruído Rosa, 1996, p. 17-39.

FIGUEIREDO, Rubens. O que é marketing político. São Paulo: Brasiliense,1994. (Coleção Primeiros Passos, v. 289).

MARKETING Político.
Disponível em: < http://www.umacoisaeoutra.com.br/marketing/mktpol.htm.>. Acessado em 1º de setembro de 2007.

SILVA, Valdir Roberto da. Marketing político. Disponível em: www.portaldomrketing.com.br/Artigos/Marketing%20político.htm. Acessado em 01.09.07.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Marketing Político Digital

O Showmícios, outdoors, camisetas, bonés, bottons - nada disso movimentou as campanhas deste ano, em virtude da nova legislação eleitoral, que proibiu essas táticas propa-gandistas com vistas a eliminar os custos dos candidatos. O marketing político ganhou força em um espaço público apa-rentemente livre de fiscalização e rico em interatividade: a internet. Enquanto os marqueteiros desenvolviam os sites dos futuros governantes, os internautas respondiam por meio de blogs, fóruns de discussão, e especialmente o orkut - site internacional de relacionamentos - onde o debate político digital aconteceu.
O público conectado à internet - que experimenta crescente democratização de seu acesso no Brasil - é essen-cialmente das classes mais favorecidas, portanto, potenciais formadores de opinião. Sabendo disso, as equipes de marketing político estiveram atentas para fidelizar essa de-manda e conscientizar os candidatos da importância de se estar presente na grande rede. É o que assegura o profissional de marketing político pernambucano, Helder Sóstenes. Segundo ele, “quem primeiro chegar ou mais espaço marcar, naturalmente mais destaque conquistará”. O investimento na produção dos sites oficiais, com visual arrojado e conteúdo atualizado, foi uma das armas. Neles, o eleitor podia conhecer o currículo do pleiteante, saber da agenda de campanha, além de poder imprimir material de propaganda.

Fonte:http://www.revistapronews.com.br/edicoes/84/m03.html

Marketing Político de Barack Obama


As atitudes pós-eleitorais do presidente eleito dos E.U.A, Barack Obama, certamente irá virar um “manual prático” para os futuros chefes do executivo. Obama está sabendo espremer cada segundo de mídia a seu favor, criando assim a mídia espontânea. Está potencializando a transição de governo de forma bastante eficiente, sempre com um único objetivo: estar na mídia, mas de forma positiva!
O democrata já demonstrou ser um ótimo estrategista, é inteligente e bem assessorado. De imediato criou um site para transparecer aos americanos como está sendo realizada a transição de governo, como também as principais medidas para tentar diminuir a recessão econômica mundial.
Além disso, Obama manteve um canal aberto com os republicanos, onde busca ajuda para solucionar a crise econômica. E mostra realmente que quer unificar os E.U.A em torno de um objetivo: acabar com a recessão. Com essa atitude o democrata também cria uma imagem de político unificador e nacionalista, que está disposto a trabalhar com a oposição para o bem coletivo.
Realmente Obama é um político moderno, sabe aproveitar as oportunidades e contornar as dificuldades. Mas ele não está só, Obama certamente está cercado pelos melhores marketeiros do E.U.A, que vêem o mandato como o maior instrumento do marketing político. E eles não vão parar por aí, Obama ainda vai nos surpreender com suas estratégicas.
Estas praticas devem balizar todos os bons políticos, que enxergam o marketing político como um eficiente instrumento na construção e ampliação de sua imagem, bem como de seu nicho eleitoral. A política moderna não vive mais sem o marketing político. Obama é fruto desse conjunto de técnicas!
Fonte: votoemarketing.blogspot.com

HUMOR NO MARKETING POLÍTICO


Este comercial do Kassab é emblemático para ilustrar o uso do gênero humorístico na propaganda política televisiva. Durante a campanha de 2008, esses bonequinhos fizeram muito sucesso na propaganda negativa direcionada à ex-prefeita Marta Suplicy


Comerciais de humor são dificeis de fazer, mas, quando bem feitos, têm grande impacto e são muito eficientes na comunicação da mensagem. Em meio à seriedade que envolve a disputa política, a propaganda com humor destaca-se das demais, pela sua diferença. Além disso, a propaganda humorística parece menos propaganda e mais uma "piada". Mais que isto, se o ataque humorístico tiver sucesso, fazendo o espectador rir, cria-se, por meio dele, uma cumplicidade entre quem o produz e veicula e quem o assiste e julga-o divertido e adequado.


Fonte: votoemarketing.blogspot.com


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A Fábrica do Desejo



Marketing é estratégia, não só política, mas também comercial. Deste modo, acaba por ser associado à propaganda.

O mercado é uma das instituições da nossa sociedade que mais se utiliza do marketing para alcançar os seus principais objetivos: vender e consequentemente, lucrar. Para isto várias estratégias são utilizadas, desde o marketing olfativo, sonoro até o marketing visual.

No mercado o marketing faz aumentar “A Fábrica do Desejo”; o desejo do consumidor de ter aquele objeto, aquele produto... E, em muitos casos, inconscientemente o cliente compra, sem refletir, sem analisar se aquele produto adquirido é realmente necessário. Assim, o cliente é manipulado, favorecendo o intenso consumismo.

Referência Bibliográfica:
MAZOYER, Franck. A fábrica do desejo. Le Monde Diplomatique Brasil, abril 2008

FAHRENHEIT



Fahrenheit 11 de setembro

Trata-se de um documentário que aborda questões referentes ao ataque terrorista ao World Trade Center nos EUA em 11 de Setembro de 2001, e as transações políticas inerentes do fato.

É uma crítica ao governo Bush baseada em relatos, entrevistas, pesquisas e na visão da realidade norte-americana.

Chama-me atenção no documentário as estratégias de manipulação política utilizadas no período das campanhas à presidência do país. O marketing político realizado por Bush o projetou como candidato “eleito” a presidente dos EUA.

Nota-se que houve uma manipulação com o resultado das eleições (fraudes) que levaram Bush à presidência, a contra-gosto da maioria da população, fato este revelado pela não popularidade do mesmo.

Fahrenheit 11 de setembro retrata um cenário de guerra e medo criado pelo presidente George Bush o qual se aproveitou de uma situação difícil vivenciada pelo país para receber apoio popular em cima de uma farsa, e com isso provocando a morte de milhares de pessoas inocentes.

Referência:
MOORE, Michael. Fahrenheit 11 de setembro. Europa Filmes, 2004.